"Quando eu tinha 12 anos, meu avô - a quem eu amava, respeitava e admirava muito - e eu estávamos trabalhando na fazenda da família. Tínhamos que cortar um tipo de mato que ocupava a parte mais baixa do terreno, e o trbalho era manual, pois os tratores atolavam no solo encharcado.
Esse dia em particular estava muito mais quente e úmido do que o normal, e devo ter suado em bicas. Eu gostava desse tipo de trabalho, mas não estava conseguindo tirar da cabeça o jogo de beisebol da liga infantil do qual havia participado na noite anterior.
Contei ao meu avô sobre o jogo e expliquei em detalhes que não tinha atuado bem como lançador, fazendo alguns arremeços sem controle e perdendo excelentes oportunidades de eliminar vários integantes da equipe adversária. Meu avô retrucou:
- Você sabe o que está fazendo?
- Sei sim - respondi. - Estou falando sobre o jogo de ontem e como eu estraguei tudo.
- Sabe o que você precisa fazer, filho? - perguntou ele, olhando bem nos meus olhos. Ele se apoiou na foice e disse as três palavras que nunca esqueci: - Esvazie sua mochila!
Meu avô percebeu os obvios pontos de interrogação no meu rosto, então explicou:
- Depois do jogo, quando você guardou as bolas, a luva e o taco, você também guardou a derrota em sua mochila. É preciso esvaziá-la para ficar pronto para a próxima partida. Você está perdendo tempo demais olhando para trás. Aprenda o que tiver de aprender com aquele jogo e então use a lição para se concetrar na partida de amanhã.
Meu avô não falava muito. Mas, quando falava, o que dizia fazia muito sentido. Nunca me esqueci do seu conselho e, até hoje, me recuso a perder tempo com o que passou. Sem dúvida, quero aprender com as experiências anteriores, mas não fico alimentando arrependimentos nem fazendo suposições. A lição é simples: é impossível correr bem olhando para trás.
Esse dia em particular estava muito mais quente e úmido do que o normal, e devo ter suado em bicas. Eu gostava desse tipo de trabalho, mas não estava conseguindo tirar da cabeça o jogo de beisebol da liga infantil do qual havia participado na noite anterior.
Contei ao meu avô sobre o jogo e expliquei em detalhes que não tinha atuado bem como lançador, fazendo alguns arremeços sem controle e perdendo excelentes oportunidades de eliminar vários integantes da equipe adversária. Meu avô retrucou:
- Você sabe o que está fazendo?
- Sei sim - respondi. - Estou falando sobre o jogo de ontem e como eu estraguei tudo.
- Sabe o que você precisa fazer, filho? - perguntou ele, olhando bem nos meus olhos. Ele se apoiou na foice e disse as três palavras que nunca esqueci: - Esvazie sua mochila!
Meu avô percebeu os obvios pontos de interrogação no meu rosto, então explicou:
- Depois do jogo, quando você guardou as bolas, a luva e o taco, você também guardou a derrota em sua mochila. É preciso esvaziá-la para ficar pronto para a próxima partida. Você está perdendo tempo demais olhando para trás. Aprenda o que tiver de aprender com aquele jogo e então use a lição para se concetrar na partida de amanhã.
Meu avô não falava muito. Mas, quando falava, o que dizia fazia muito sentido. Nunca me esqueci do seu conselho e, até hoje, me recuso a perder tempo com o que passou. Sem dúvida, quero aprender com as experiências anteriores, mas não fico alimentando arrependimentos nem fazendo suposições. A lição é simples: é impossível correr bem olhando para trás.
As dificuldades, os conflitos, as expectativas frustradas, as inseguranças, os abusos, as relações complicadas e os acontecimentos marcantes da vida fazem com que todos nós carregamos certa bagagem da qual precisamos nos livrar. O segredo é estar disposto a tratar essas feridas emocionais, pois quanto mais para o fundo da mochila empurramos esses sentimentos, mais entranhados eles ficarão. E essa mochila pode se tornar um fardo grande demais para se carregar todo dia."
Trecho retirado do livro "Pare de se sabotar e dê a volta por cima", de Flip Flippen, editora Sextante, 2007.
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